Hoje olhei para o céu (raramente faço isso), e vi poucas
estrelas brilhar... Meu falecido avô em sua peculiar sábia filosofia dizia que céu
sem estelas é sinal de chuva... E na manhã seguinte o dia amanhecia chuvoso
(isso acontecia no sertão da Bahia onde ele nem se quer sabia o que era
poluição)... Para os poetas e apaixonados o céu estrelado serve como
inspiração... Mas o céu hoje pra mim é só mais um céu... De poucas estrelas sem
nenhum significado.
Hoje o céu é apenas um questionamento: em que “universo”
eu vivo afinal?!
Criei um universo só meu ou ele já existia? Se o universo
é meu por que as minhas estrelas não brilham? E quando brilham, por qual motivo?
Não me lembro de ter ascendido à luz... Talvez sim, poderia tê-la apagado e nem
percebi.
Em meio a outras pessoas me senti sozinha, por que talvez
em breve instantes eu percebesse que em segundos não falávamos mais a mesma
língua... Seres da mesma espécie, mas diferentes: Sentimentos, dores, frustrações,
cores, água, vinho... Sabores, dessabores... Amores e desamores.
Estranha agonia... Minha agonia me deu medo... E ninguém
mais ali percebeu...
Será que tem um lugarzinho pra mim no céu? Não sou
estrela, nem planeta, mas busco um lugar nesta vastidão... Jaz que solitária
aqui estou... Sozinha por que sou única... Sou eu... Não há outra igual a
mim... Sozinha porque o que eu sinto, sinto só... O que eu penso, penso só... E
acredito ser a única que me aceito do jeito que eu sou afinal me encontro, me desencontro,
me condeno, me absolvo, aprendo e desaprendo... E com tudo me aceito...
Senhor céu, tem um lugarzinho ai pra mim? Quem sabe ai do
alto, alguém em uma noite como essa ao olhar-te, me veja em meio essas poucas
estrelas que brilham...
Céu... Céu... Tem um lugarzinho ai pra mim?
Quem sabe em meio a uma poesia triste, um poeta olhe pra
ti, e por sorte ele me veja e me recite em suas poesias... Ou quem sabe um casal
apaixonado me veja, e eu me transforme em uma estrela cadente e lhes inspire
que seja em uma simples ilusão de um pedido... Que eu não seja uma estrela, mas
um planeta que abrigasse o pequeno príncipe onde todos os dias ele regue uma
pequena flor... Que eu fosse apenas um satélite até que um dia se perca da NASA
e se transforme em apenas um lixo espacial... Poderia ser eu a lua com suas fases...
Seria o que os olhos vissem ou não, mas seria algo longe
daqui...
Um comentário:
Parabéns! muito prazeroso ler seus textos! sempre haverá lugar para você brilhar...bela estrela!!!
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