Súmula enviada pelo Prof. Dr. Osmar Moreira, professor de Literatura e coordenador do Mestrado em Crítica Cultural da UNEB - Alagoinhas.
Vamos abraçar esta causa.
Vamos abraçar esta causa.
Durante os dias 04, 05, 06 e 07 de setembro o Movimento Cultural Alagoinhas Livre e sem Fronteiras, liderado pelo Mestrado em Crítica Cultural, a Figam e o NamWaka, realizou em Alagoinhas Velha uma novena antropofágica, cuja programação geral foi a seguinte: visitas guiadas à instalação dos artistas plásticos Márcia Almeida e LithoSilva; leitura, análise e debate de/sobre cenas estéticas das vanguardas européias e latino-americanas situando, inclusive, o lugar do Parque do Homem Livre em Alagoinhas, como um empreendimento internacional; caminhada cultural pelo bairro apresentando o Reisado de Formoso, povoado do município de Entre Rios; Arrastão cultural, com palavras de desordem, performances e recitais, começando pela Estação São Francisco, passando pelas ruas principais do Cortejo de 7 de setembro, até a Nave Antropofágica (novo nome da Igreja Inacabada de Alagoinhas). Depois de uma “aguada” para lavar a nossa inhaca cultural, e o suor de mais de 3 horas de “marcha”, fizemos uma assembléia geral para avaliar esse ato estético-político.
Eis alguns encaminhamentos gerais, merecendo maior lapidação: 1) retomar linhas da audiência pública, para se construir uma minuta de lei tratando da doação/secção da área do Parque da cidade à FIGAM; 2) construir o site Parque do Homem Livre, traduzido em quatro idiomas, para a rede de contatos internacionais; 3) Fazer ocupações regulares – sobretudo em períodos de lua cheia, da área externa da Nave Antropofágica, para a realização de aulas do mestrado, exposições de arte, festivais de música experimental, oficinas do pensamento político para as crianças do bairro, meditações ao por/nascer da lua e do sol; reuniões de trabalho com autoridades culturais e artísticas; 4) programar marchas culturais estratégicas, envolvendo outros bairros da cidade.
Tais encaminhamentos são decisivos não apenas para ampliar o raio de ação do movimento, mas para tornar factíveis os projetos que temos sonhado e que comporão o Parque do Homem Livre, a saber: P1: restauração da nave antropofágica; P2: infraestrutura da nave antropofágica (imagem-som dramatizando a situação do patrimônio público do Brasil e da América Latina); P3: parque das águas; P4: centro de memórias da luta de comunidades minoritárias: negros, índios, mulheres, gays, trabalhadores; P5: museu do homem livre. Questões de base: a) o que retratar dessa passagem do escravo ao “homem livre” no Brasil? b) o que retratar das contradições do “homem livre” no Brasil; c) que respostas políticas e estéticas (nos 5 continentes) para a dramatização dessas contradições; d) que imagens selecionar das lutas libertárias etc; P6: labirinto de espelhos: lugar de encenação da perda e aquisição da identidade (cada um com um controle na sala de espelhos escolhe/encena sua perda ou seu reencontro); P7: dramatizando a autofagia (obra de LithoSilva: esculturas de restos e ruínas); P8: sala dos jogos de pensamento: baseados na análise combinatória; P9: parque das esculturas vivas (urupembeiras, beijuzeiras, farinheiras, artesãs); P10: escola das ecologias (social, ambiental, mental) – árvores de cada país + mirantes + herbários + forma do ócio primitivo + identidade da biodiversidade da região; P11: túnel das divindades (todos os deuses de diferentes religiões estariam justapostos e em diálogo...); P12: salas das assinaturas e do nome próprio; P13: 8 cinemas de arte (cinematografias das periferias + lugar de exibição dos melhores documentários “mambembes” locais); P14: restaurantes: baseado no naturismo universal, de todas as nações (rigoroso controle nutricional); P15: centro de convenções; P16: casa dos artistas; P17: memória de Alagoinhas; P18: oficinas de arte (literatura, cinema, cerâmica, música); P19: universidade popular (onde os mestres poderão desenvolver seus saberes, repassando-os aos aprendizes interessados).
Pela recepção de vereadores e pessoas que compareceram à Audiência Pública, das centenas de pessoas que frequentaram à Nave Antropofágica durante os quatro dias de novena, e das milhares de pessoas que nos saudaram ao longo do arrastão cultural de 7 de setembro, o Parque do Homem Livre (que também pode ser lido da mulher livre, do ser livre, da diversidade livre, da pessoa livre, da sociedade libertária) já é uma realidade na cabeça e no espírito dos alagoíndios.
A exemplo de Jesus de Nazaré, Karl Marx, Bakunin, Lênin, Gilles Deleuze, Mano Brown, Iraci Gama, o sonho está lançado como uma pequena bomba. Resta-nos recolher os estilhaços e administrar os conflitos nessa luta de afirmar a liberdade e o ser livre como pura transgressão.
3 comentários:
Adicionei vc no msn ta?
Obrigada pelo carinho.
Bjos!
Parabéns pelo blog!!
gostei muito
beijos
Wacinom
Gostei do seu blog! parabéns! muito bem!
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