Às vezes me ponho a pensar se nos conhecemos
verdadeiramente, ou se criamos pra nós aquela bela imagem de Narciso, imagem
que queremos que todos vejam e aceitem.
Em muitos momentos de nossas vidas, nos surpreendemos com
nossos próprios gestos e atitudes, e nos questionamos, a menos que sejamos
completamente cegos em relação a nós mesmos, e que tenhamos para nós a mesma
visão enganosa que por vezes tentamos passar aos outros, digo isso por que pior
que passar imagem enganosa aos outros, é sem dúvida ter uma visão enganosa de si
mesmo. E mais, se formos sinceros com o nosso íntimo, perceberemos que não é
possível exigir, cobrar, impor que as pessoas que nos rodeiam nos conheçam como
realmente somos.
Alguns seres humanos são verdadeiramente aquilo que faz quando
não tem ninguém vendo, quando não há plateia, então podem fingir que também não
viu seus atos, gestos, e ignorar até seus pensamentos podres, plantando assim
em sua mente e posteriormente externando aos que o rodeiam aquela bela imagem,
na qual passam a acreditar e quer que todos vejam, e acreditem.
Não podemos exigir dos outros, o que não conseguimos de nós
mesmos!
Engolimos sem mastigar nossos erros, defeitos, pensamentos,
enfim todas as nossas tendências inferiores, e aí, sem que nós mesmos pudéssemos
digerir tudo isso, colocamos a bela máscara de meiguice, doçura, sinceridade,
amor mútuo, fé verdadeira, enfim aquela tal imagem que queremos passar adiante
e exigir inescrupulosamente que todos a aceitem e admirem!
Enquanto a humildade não fizer parte integra da alma, do seu
íntimo, não é possível que se reconheça verdadeiramente! Enquanto nos colocamos
pra nós como seres perfeitos e detentores de todas as virtudes, não podemos nos
conhecer e muito menos querer que nos conheçam!
Podemos não atingir a perfeição, mas podemos melhorar muito
se buscarmos a sinceridade para conosco, e depois para com os nossos.
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